Quem a verso procura, avesso encontra.
Por isso
eu por aqui fico versando
e sobre o nada verso,
e sob o verso nado,
como se o mesmo piscina fosse.
Todavia, e se não fosse o verso nem piscina nem nada?
Fosse o verso tudo e não metáfora?
Seria eu não poeta, seria nada.
Se acabaria a minha poeta alma,
a minha poeta raça.
Não seguiria
e parado ficaria
em sem chão nada,
em com verso mácula.
No exorcismo de mim mesmo, sou o Cubas da triste figura em busca do emplasto Graal que cure minhas feridas e dores... Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico, como saudosa lembrança, essas poesias poeirentas e deveras melancólicas...
"Quem caminha em direção a si mesmo corre o risco do encontro consigo mesmo. O espelho não lisonjeia, mostrando fielmente o que quer que nele se olhe; ou seja, aquela face que nunca mostramos ao mundo, porque a encobrimos com a persona, a máscara do ator. Mas o espelho está por detrás da máscara e mostra a face verdadeira." (Carl Gustav Jung)

Nenhum comentário:
Postar um comentário