Por trás daqueles óculos há dois olhos
marejados de melancolia. Por trás daqueles olhos marejados de melancolia há uma
mente incomodada com o mundo ao seu redor. Por trás daquela mente incomodada
com o mundo ao seu redor há um ser humano descontente com a modernidade.
Ele é aquele que gosta de andar nas sombras
ou em meio à escuridão. Isso o torna depressivo, gótico ou simplesmente triste
por natureza? Não, até porque ele não gosta de estereótipos. No máximo ele se
considera melancólico, não no sentido literal, porém em uma definição mais
ampla, mais próxima da idéia própria do expressionismo em si, ou seja, ele se
considera um ser contraditório, ora triste, ora feliz, ora esperançoso, ora
pessimista, ora isso, ora aquilo.
E quem é esse ser abjeto afinal? É aquele que
reside no eu-poético, no eu-lírico, no eu que escreve essas mal traçadas linhas
de melancolia melancólica, de pleonasmo pleonástico, de
pensamentos mal resolvidos, mal pensados, vindos de uma mente mentecapta,
inventariosa de inventários mentais.
Exorcizar esse ser não vale
nem valerá, é melhor deixá-lo com seus pensamentos e suas escritas em meio ao
futuro, passado ou presente que se dará.
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